Sempre que observo uma fotografia, além da realidade de um fato transportado e do tempo que parece ter parado ali, tenho sempre a sensação de que fotografia carrega enigmas. Certo dia, observando a foto de um prédio antigo, que foi feita recentemente, quando comparada com a foto do mesmo prédio fotografado no início do século ado (XX), tive a impressão de que com o ar dos anos aquele prédio sofreu algumas modificações, vindas dele mesmo, como um ser humano que ao longo da vida sofre transformações naturais, ainda que aquele prédio tenha sido preservado em sua arquitetura original sem qualquer intervenção humana. 6w2v56
É! Sempre me pareceu que fotografia tem dessas magias. Muita gente que já foi fotografada em avenidas, praças ou em frente a acidentes geográficos, ao observar a foto revelada ou printada, teve a grata surpresa de ver outras pessoas atrás ou ao lado delas, já que não lembravam se na hora do flash havia mais alguém por ali. É como se outras pessoas surgissem ali do nada.
É instigante observar fotos antigas onde se vê muita gente nas ruas. Sempre surge a vontade de escolher um(a) personagem e sobre ele(a) questionar: quem seria aquela pessoa? O que fazia naquele tempo? Ainda está viv(o)a? Se está, quantos anos deve ter? Era bonito(a)? Como se comportava na época? Romanticamente a fotografia permite esse tipo de viagem. Pode ser também que, os desconhecidos que aparecem em fotos, sejam frutos do imaginário do fotógrafo. Pode ser!
Não quero repetir aqui aquela coisa plástica do “eu acredito em duendes!” ou “eu tenho um amigo gnomo”, decadente como a ideologia “woke”, nada disso!. Mas quando adolescente, li uma reportagem na revista Seleções, sobre a história de uma fotógrafa que afirmava que anjos apareciam em fotos. Além do lado místico, pelo lado psicológico a fotografia pode ser também um mistério. Em certas ocasiões uma pessoa eleva sua autoestima ao máximo quando se vê numa foto, onde se transporta e sente bem, bonit(o)a, atraente, charmos(o)a.
Já se em determinadas fotografias tem um mau resultado culpa-se tudo, do ângulo à luz, da qualidade da máquina ao celular, da lente à habilidade do fotógrafo, tudo é questionado, é como se fosse um espelho em que certos dias estamos bem, em outros, bem…. em outros…deixa prá lá…
O desenvolvimento da alta tecnologia com chips e digitalização de aparelhos mantém fascinante a ideia de congelar a realidade, e as fotos digitais ampliam ainda mais a sensação de boas surpresas.
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RIOS DO NORTE
O Brasil é um país de traços surrealistas. Dono do maior manancial de água doce do planeta, a região Nordeste sofre graves problemas com a seca, um paradoxo. O pobre estado do Maranhão, dominado há séculos por oligarquias, e que faz fronteira com o seco Piauí, perto também da fronteira árida do Ceará, tem um fenômeno climático denominado de inverno, que é o tempo de intensos temporais, quando grande parte do estado fica alagado, quando chega a ser chamado de Pantanal Maranhense.
Na região Norte, onde estão localizados os rios mais caudalosos do Planeta, como o Amazonas, Xingu, Tapajós, Purus, Madeira, Tocantins, Araguaia, Japurá, Negro, Solimões, Juruá e centenas de outros cursos de água, é de tamanha riqueza hídrica, que árabe nenhum com todo seu petróleo possa imaginar. Aquela região fica logo abaixo da linha do Equador, na mesma faixa (latitude) onde está a região Nordeste, por isso fica o questionamento por que articulam a transposição do rio São Francisco para o resto do Nordeste, por que não os caudalosos rios do Norte?
Os nomes desses rios maravilhosos, que em sua maioria são indígenas, são belíssimos, quando pronunciados soam abundância. Por isso os brasileiros deveriam reverenciá-los com mais difusão, e denominá-los mais em ruas, praças, carros, estradas, etc.
Em tempo: em Israel, que não tem um centésimo da quantidade de água desse país, sem contar os aquíferos subterrâneos Guarani e Alter do Chão (dois dos maiores do mundo), resolveu seu problema da aridez com muita tecnologia. E se alguém defender que o problema da água na terra de Cristo foi resolvido porque lá é muito pequeno, não vale. No imenso EUA existem grandes áreas desérticas (deserto de Nevada), mas o que se vê por lá é outra coisa.
Área de Israel 21.937 km², metade do estado do Espírito Santo que tem 46.095 km². Deserto de Mojave (sudeste da Califórnia e Sul de Nevada) 124.000 km². E, por fim, o Deserto da Grande Bacia (Idaho, Oregon, Nevada, Utah, Wyoming, Colorado e Califórnia) impressionantes 409.000 km².
(*) Crisolino Filho é escritor, advogado e bibliotecário | E-mail: [email protected] | Whatsapp: (33) 98807-1877 | Escreve nesse espaço quinzenalmente
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