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GOVERNADOR VALADARES – Policiais militares encontraram, na noite do último sábado (31), um adolescente autista de 15 anos andando nu pelas ruas do bairro Alto Esplanada, em Governador Valadares. O adolescente, que é não verbal e possui diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), não conseguiu fornecer informações sobre sua identidade ou local de residência.
Segundo as informações da Polícia Militar, os militares chegaram até o adolescente após uma denúncia anônima. Uma pessoa relatou que, por volta das 3h, avistou o adolescente nas proximidades de um clube na região do bairro Esplanadinha. Quando chegaram ao local, os militares encontraram o garoto nas imediações de uma escola, visivelmente desorientado e com dificuldades de comunicação.
Ainda segundo a Polícia Militar, a equipe tentou, por diversas vezes, contato com o Conselho Tutelar, mas não obteve retorno. Diante da situação, os policiais decidiram levar o adolescente até a sede da companhia, onde ele permaneceu sob cuidados durante toda a madrugada.
Na madrugada de domingo (1º), por volta das 4h30, a mãe do adolescente entrou em contato com a polícia relatando o desaparecimento do filho, que teria saído de casa enquanto ela dormia. Ao ser orientada a comparecer ao batalhão, ela reconheceu o adolescente, que após esse susto ficou aos cuidados da família.
Entenda o que é o autismo não verbal e como agir em situações de desaparecimento 4bd5n
O adolescente encontrado por policiais militares em uma área de mata em Valadares possui diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) e é considerado não verbal. Mas o que isso significa?
O autismo não verbal se refere a pessoas dentro do espectro que não utilizam a fala como principal forma de comunicação. Isso não significa ausência total de comunicação: muitos se expressam por gestos, expressões faciais, sons, ou com auxílio de recursos visuais e tecnológicos.
Características comuns de pessoas autistas não verbais incluem: 656j2d
- Dificuldade em responder a chamados pelo nome;
- Resistência ao toque físico, especialmente por desconhecidos;
- Sensibilidade a sons, luzes ou ambientes com muitos estímulos;
- Formas próprias de se expressar e reagir a situações estressantes.
Em situações de desaparecimento ou risco, como a que ocorreu em Valadares, é importante que a abordagem seja feita com calma, paciência e respeito às limitações da pessoa. Segundo especialistas e instituições voltadas ao cuidado de pessoas com TEA, recomenda-se:
- Evitar gritar ou tocar abruptamente na pessoa;
- Observar se ela responde a gestos ou palavras-chave conhecidas da família;
- Falar de forma pausada e tranquila;
- Tentar oferecer objetos ou ações que proporcionem segurança (como uma garrafa d’água ou se sentar no chão próximo);
- Acionar imediatamente serviços de emergência ou a polícia, informando que se trata de uma pessoa autista.
A participação da comunidade também é fundamental. Vizinhos, comerciantes e pessoas próximas devem ser incentivados a conhecer e identificar possíveis sinais de que uma criança ou adolescente pode estar em situação de vulnerabilidade, especialmente se for não verbal ou apresentar comportamentos incomuns.