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Tragédia completou cinco anos em fevereiro; MPRJ afirma que episódio “poderia e deveria ter sido evitado” d6l3k
RIO DE JANEIRO – O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) requereu, no último domingo (11), a condenação de todos os réus ainda respondendo pelo crime de incêndio culposo ocorrido no Centro de Treinamento do Flamengo, conhecido como Ninho do Urubu, em fevereiro de 2019. A tragédia resultou na morte de dez adolescentes atletas e em lesões corporais em outros três jovens.
Após mais de três anos de instrução criminal, com a oitiva de mais de 40 testemunhas, o MPRJ concluiu que há provas suficientes da responsabilidade penal dos acusados — entre eles dirigentes do Flamengo, responsáveis pela estrutura dos alojamentos e pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado.
MPRJ diz que tragédia poderia ser evitada 6k4t4b
O incêndio aconteceu na madrugada de 8 de fevereiro de 2019, no alojamento onde dormiam os jovens das categorias de base do clube. As investigações apontaram que o fogo começou em um aparelho de ar-condicionado instalado em um dos contêineres metálicos usados como dormitório.
Segundo o MPRJ, o CT funcionava de forma irregular, sem alvará da prefeitura nem certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros, apesar de já ter sido autuado e interditado em outras ocasiões.
“A maior tragédia da história do Flamengo poderia e deveria ter sido evitada”, afirma a promotoria. De acordo com o Ministério Público, houve violação grave do dever de cuidado por parte dos acusados, o que incrementou o risco de produção do resultado fatal.
Estrutura inadequada e rotas de fuga bloqueadas 3i3c1q
O relatório do MP aponta que os contêineres usados como alojamentos apresentavam diversas falhas de segurança:
- Janela gradeada em cada quarto;
- Portas de correr que emperraram durante o incêndio;
- Apenas uma saída, distante do quarto onde todos os jovens morreram;
- Ausência de sistema de combate a incêndio;
- Estrutura metálica com material altamente inflamável, sem tratamento antichamas.
A perícia técnica confirmou que essas condições dificultaram a fuga e aceleraram a propagação das chamas, contribuindo diretamente para a tragédia.
Réus ainda respondem 4uu6m
Dos onze acusados inicialmente denunciados, apenas sete permanecem no processo.
- Quatro foram excluídos do polo ivo: dois por ausência de vínculo com o fato, um absolvido sumariamente e outro por prescrição do delito.
O MPRJ pede agora a condenação criminal de todos eles, por entender que o conjunto de provas demonstra a responsabilidade direta de cada um na configuração dos riscos que culminaram na morte dos adolescentes.