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Doença é uma das mais letais entre os tumores ginecológicos 2l5510
GOVERNADOR VALADARES – Nesta quinta-feira (8), é lembrado o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário, um tipo de neoplasia que figura entre os tumores ginecológicos mais letais no mundo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o Brasil registra cerca de 7.310 novos casos da doença por ano. A alta mortalidade está associada principalmente à dificuldade de diagnóstico precoce, já que os sintomas iniciais são discretos e, muitas vezes, confundidos com outras condições de saúde.
De acordo com o oncologista clínico Dr. André de Vasconcellos, do Núcleo de Especialistas em Oncologia (NEO), o câncer de ovário é uma “neoplasia silenciosa”, na qual a identificação costuma ocorrer em estágios avançados. “Os sintomas iniciais são vagos, como dor abdominal persistente, sensação de inchaço, saciedade precoce e perda de apetite. Isso dificulta o diagnóstico precoce e compromete as chances de cura”, afirma.
Entre os sinais de alerta estão ainda alterações menstruais, sangramento fora do período, dor durante relações sexuais, perda de peso inexplicada e mudanças nos hábitos intestinais ou urinários. O médico recomenda atenção contínua ao próprio corpo e reforça que, diante da persistência dos sintomas, a busca por avaliação ginecológica é essencial.
Individualidade no tratamento 471qg
O tratamento do câncer de ovário é definido a partir de diversos fatores, como estágio da doença, tipo do tumor, presença de mutações genéticas e estado clínico da paciente. Segundo Dr. Vasconcellos, as abordagens mais comuns incluem cirurgia citorredutora e quimioterapia com carboplatina e paclitaxel. Em alguns casos, especialmente em pacientes com mutações BRCA1 ou BRCA2, terapias-alvo com inibidores de PARP têm mostrado bons resultados.
Outras modalidades, como hormonioterapia, podem ser indicadas para tumores de baixo grau. Já a radioterapia é menos utilizada, sendo aplicada principalmente em situações paliativas.
Metódos de prevenção 3v6k4m
A prevenção do câncer de ovário ainda é um desafio. Não há exames eficazes de rastreamento populacional, mas medidas como consultas ginecológicas regulares, ultrassonografia transvaginal e avaliação do marcador tumoral CA-125 podem ser úteis em mulheres com sintomas persistentes ou histórico familiar da doença.
Segundo a ginecologista Dra. Nathália Machado, o uso prolongado de anticoncepcionais pode reduzir o risco da doença em até 50%. Para mulheres com mutações genéticas de alto risco, como BRCA1 e BRCA2, a retirada preventiva dos ovários e trompas pode ser indicada após o fim do planejamento reprodutivo. “O uso prolongado de contraceptivos orais (por mais de cinco anos), pode reduzir o risco do tumor em até 50%. Indicamos a salpingo-oforectomia profilática, retirada preventiva dos ovários e trompas, para mulheres com mutações genéticas de alto risco, depois que não desejam mais ter filhos. Acompanhamento genético e clínico individualizado, especialmente em casos com histórico familiar de câncer de ovário ou mama”.
Além disso, o estilo de vida também desempenha papel importante. A nutricionista oncológica Cássia Ambrósio destaca que “manter um estilo de vida saudável é fundamental na prevenção do câncer de ovário. Uma alimentação rica em frutas, vegetais, fibras, gorduras boas e pobres em alimentos ultraprocessados pode reduzir significativamente os riscos. Além disso, é essencial manter o peso corporal adequado, praticar atividades físicas regularmente, manter-se hidratado e controlar o estresse. Todos esses fatores colaboram para o bom funcionamento do sistema imunológico, equilíbrio hormonal e redução de inflamações no organismo. A prevenção começa nas escolhas diárias”.
Superação 4t11
Diagnosticada com câncer de ovário aos 23 anos, a jovem Letícia Nascimento Paoli, hoje com 26, compartilha sua trajetória de superação. Após sentir dores pélvicas e desconforto abdominal, recebeu a notícia inesperada da doença. “No começo, o medo dominou. Eu sabia pouco sobre o câncer de ovário e não dava tanta importância ao cuidado com minha saúde”, conta.
Letícia ou por cirurgia e quimioterapia. O enfrentamento, segundo ela, foi também espiritual. “Eu fui acometida por um câncer, mas eu não sou um câncer. Ele escolheu a garota errada”, diz.
Atualmente, ela segue em acompanhamento médico e leva uma vida ativa. A experiência lhe rendeu uma nova missão: acolher e inspirar outras mulheres. “Não se entregue ao medo. Você não é sua doença. Enfrente com fé e cercada de amor. É possível vencer”, afirma.