Parabéns pra você, nesta data querida. Muitas felicidades e muitos anos de vida! Versos inesquecíveis na vida de todos nós. Não há brasileiro, rico ou pobre, que não os conheça ou não os tenha cantado. O que muitos não sabem é que essa música, cantada em todas as comemorações de aniversários, é uma adaptação brasileira da canção estadunidense “Happy Birthday to You”, e a melodia original foi composta pelas irmãs Mildred J. Hill e Patty Hill em 1892, para uma canção chamada Good Morning to All. A letra em português foi escrita por Bertha Celeste Homem de Mello, uma poetisa e farmacêutica brasileira, que venceu um concurso promovido pelo radialista Almirante em 1942. 6y3p2n
Há quem diga que a data mais importante na vida de um ser humano é o dia do seu matrimônio, e outros dizem que é quando nasce o seu primeiro filho. Na minha opinião, a data mais importante na vida da gente é o dia em que viemos ao mundo, o dia do nosso nascimento.
Ah!! E como eu gosto de comemorar meus aniversários natalícios! E tem de ter bolo e velas para apagar rsrsrs, senão não tem graça para mim! Sou suspeito, pois sou festeiro e acredito que todas as vitórias nessa vida têm de ser comemoradas e muito agradecidas, primeiro a Deus, e depois aos nossos pais, maridos, esposas (e, em especial, tenho muita gratidão à minha amada esposa).
As famílias de origem de meus pais adoram comemorar seus aniversários, e penso que me legaram também a tradição. Nunca foram festas muito suntuosas, mas eram fartas de comida, bebida e de muito amor e felicidade. Eram momentos de união, de rever parentes que moravam em outras cidades e até em outros países. As prosas e novidades eram colocadas “em dia”, e até as fofocas rsrs. Qual família não possui as suas fofoqueiras atletas e de plantão?? Sim, atletas, pois consideram a fofoca um esporte, um jogo!
Havia aqueles aniversários mais esperados, como o de minha avó materna, que morava na mesma cidade onde eu morava, em minha terra natal, a “Manchester Mineira”, como era chamada Juiz de Fora, e o de minha bisavó paterna, que morava na pequena, mas maravilhosa cidade de Itapecerica, no oeste de Minas Gerais.
No dia do aniversário de minha avó materna, Dona Odila (que foi o que mais participei, já que eu era muito pequenino quando meu avô Nilo partiu deste mundo), vinham todos os seus oito filhos e filhas, netos e alguns bisnetos para a casa onde morava (nessa época ela morava com uma das minhas tias), e começavam cedo, no almoço, quando a “mulherada” ia toda para a cozinha, os homens mais velhos e rapazes para a sala e varanda, espalhados, já que não era muito grande, mas, incrivelmente, cabia todos. A parentada chegava aos poucos, durante o dia, pois muitos vinham de longe. Eu, ainda menino, me juntava na rua aos primos e primas da mesma faixa de idade, brincando e aguardando a hora de comermos. Ainda me recordo, ao ar pela cozinha para “beliscar” algo, das conversas em tons altos de minhas tias, minha mãe e minha avó querida. Me recordo que o ambiente era tão bom e agradável que fazia com que todos se sentissem acolhidos. À noite, cantávamos “o parabéns” para a minha avó e continuávamos a festa. O triste era quando acabava, e, no outro dia, os parentes partiam, em horários diferentes, retornando para as suas cidades.
Em Itapecerica, na casa de minha bisavó D. Maria Cândida, toda a família se reunia para comemorar o seu aniversário. Toda a clã dos Rodrigues Oliveira, dos parentes do Padre Herculano (que era tio dela, mas já falecido), e alguns da família de origem dos Macota (se não me engano, tinha gente do povo dos Macota, como dizia minha tia-avó Maria do Espírito Santo, carinhosamente apelidada de Iassanta, que teria se casado com alguém de nossa família) se juntava. Minha tia-avó Maria Francisca, ou Chica, como era conhecida, ficava deitada em seu quarto e pouco de lá saía, pois não andava mais, consequência de uma queda sofrida anos atrás, que a deixou “entrevada” (palavra usada para designar alguém que não podia andar e vivia acamado). A festa tinha muito amor, muita fartura e muita música, pois meus parentes lá são grandes músicos! Nessas ocasiões, adorava ouvir meu pai conversando com o meu tio-avô Alcuino, minha avó Sara e minha tia-avó Iassanta. Aprendia tanta coisa boa com eles! Nos deixaram um rico legado de sabedoria e amor.
Vinha gente da família de todo lado, e até das bandas de Brasília, para prestigiar a matriarca (nessas ocasiões, meu bisavô Antônio Rodrigues já era falecido, bem como a maioria dos seus filhos). Como na casa de minha avó materna, igualmente conseguíamos sentir o amor entre as pessoas nessas oportunidades de comemoração de seus aniversários. A expectativa das duas famílias era comemorar os cem anos de vida de minha avó e de minha bisavó, o que, infelizmente, não foi possível, pois ambas partiram alguns anos antes.
Sinto saudades dessas comemorações, dos parentes e amigos que eu encontrava todos os anos! Era um tempo de alegria e felicidade!
Essas estórias de minha família devem ser muito parecidas com outras.
COMEMORAR SIM! AGRADECER SEMPRE A DEUS POR CADA DIA DE VIDA!
“Desde que nasci fui entregue a ti; desde o ventre materno és o meu Deus.” Salmos 22:10
(*) Advogado militante – Coronel da Reserva da Polícia Militar. Curso de gestão estratégia de segurança pública pela Academia de Polícia Militar e Fundação João Pinheiro
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