Todo ano é a mesma história: começa a campanha de vacinação contra a gripe, e logo surgem as dúvidas — “Tomei a vacina e mesmo assim fiquei gripado!” ou “Isso aí não adianta nada!” Mas será que é bem assim? 13s2o
Vamos começar do começo: o nome “vacina da gripe” é, no mínimo, confuso. Isso porque muita gente associa gripe a qualquer espirro ou nariz entupido. Na prática, a gripe verdadeira é uma infecção respiratória mais grave, causada pelo vírus influenza, e não pelo rinovírus, que é o principal vilão dos resfriados comuns.
A vacina que o SUS oferece gratuitamente todo ano tem como principal objetivo prevenir as formas graves da infecção por influenza — aquelas que podem levar a internações, complicações respiratórias e, infelizmente, até à morte. Especialmente entre idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com doenças crônicas, o influenza pode ser bem perigoso. Aí entra a importância da vacina: ela não promete que você não vá espirrar ou tossir nunca mais no ano. Mas ela reduz significativamente o risco de quadros graves, complicações e internações por gripe de verdade.
A vacinação é indicada para os seguintes grupos prioritários:
• Idosos (60 anos ou mais)
• Crianças de 6 meses a menores de 6 anos
• Gestantes e puérperas
• Trabalhadores da saúde
• Professores
• Pessoas com comorbidades ou imunossuprimidas
• Povos indígenas e quilombolas
• População privada de liberdade
• Profissionais das forças de segurança e salvamento
Mesmo quem está fora desses grupos pode se vacinar, quando houver disponibilidade de doses. E vale lembrar: a vacina é fornecida gratuitamente pelo SUS durante a campanha nacional.
Portanto, não caia na armadilha do nome. A tal “vacina da gripe” não tem culpa se você pegou um resfriadinho depois de tomá-la. Ela está aí para proteger sua saúde de algo bem mais sério. Aproveite a oportunidade e vacine-se!
(*) Dr. Lucas Bichara | Cardiologista pela USP | CRM 180164 – RQE 56184
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